Precisamos ser hospedeiros do Espírito Santo

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Padre Roger Luís. Foto: Arquivo Canção Nova

Nós precisamos ser hospedeiros do Espírito Santo que vai fazendo com que o pecado perca a força em nós

Irmãos e irmãs, chegou o dia de Pentecostes! Durante o tempo pascal meditamos, por meio da Liturgia da Palavra, sobre a ação do Espírito Santo na Igreja pelo relato dos Atos dos Apóstolos. Foi um retiro de cinquenta dias para chegarmos a este tempo da Igreja.

A missão da Igreja começa em Pentecostes. Deus escolheu o Pentecostes dos judeus, que era a festa das primícias, quando eles levavam os primeiros dons para oferecer ao Senhor. Foi nesse dia que Deus fez acontecer o Pentecostes com todos os sinais, marcando o início da missão do povo de Israel, a raça eleita do Senhor, que foi chamada a anunciá-Lo até os confins da Terra.

O Espírito é como um vírus bom que entrou em nossas veias e por Ele temos a grande graça de ir experimentando o processo de transformação. Ele vai nos impregnando dessa vida nova de Cristo, dos sentimentos de Cristo.

Em Gálatas 2,20 lemos “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim”. Tamanha foi a acolhida e permissão da obra do Espírito na vida de Paulo. O Espírito Santo vai atacando a imunidade que fazia com que o homem velho continuasse agindo com força em nossa vida. Ele vai nos auto-imunizando para enfrentarmos as tentações.

Nós precisamos ser hospedeiros do Espírito Santo, que faz com que o pecado vá perdendo força em nós e vamos nos parecendo com Cristo. Ele vai santificando nossas ações. No sacramento do Crisma recebemos a força do Cristo que atua em nossa vida, na Eucaristia recebemos o Espírito que, por amor, doa e consagra a vida. Só precisamos ser dóceis à ação do Espírito.

Desde o dia do seu Batismo, o Espírito Santo mora em você. Desde quando você foi batizado Ele é o hóspede da sua alma. O pecado impede o Espírito Santo de agir e assim não produzimos os frutos, pela falta de abertura, de empenho, de docilidade. Precisamos reconhecer nossas fraquezas!

Quantos de nós vivíamos uma vida perdida como filhos pródigos e voltamos, nos abrimos e o Espírito Santo tem a liberdade para agir em nós. Ele só nos transforma quando Ele é convidado a transformar. Por isso, não podemos continuar no pecado, precisamos recorrer ao sacramento da penitência com frequência. Deus está realizando na vida daqueles que querem. Ele sabe que somos fracos, miseráveis e quis nos dar a força para permanecermos no Seu Espírito.

Destaco três pontos importantes. Primeiro, o Pentecostes como resultado da obediência. O capítulo 1, versículo 4 dos Atos dos Apóstolos nos diz “E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca;”. Precisamos ser um povo obediente à doutrina moral, um povo que rende a sua inteligência e seu coração a Deus e na humildade se abre a obedecer.

No versículo 12, lemos “Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.” Se você quer ser um homem, uma mulher, cheio do Espírito Santo, obedeça.

Segundo ponto, eles foram perseverantes. Não sabemos esperar e o diabo, muitas vezes, usa o avanço tecnológico para nos dominar. Tudo é muito rápido e essa rapidez tecnológica está nos impossibilitando de avançar na perseverança. Nós viramos um povo imediatista. “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.” (Atos 1, 14).

Quem quer o derramamento do Espírito precisa perseverar, pagar o preço da oração. Quanto tempo perdemos nas coisas erradas! Mas com Deus a gente ganha! Pela obediência e pela perseverança a promessa foi cumprida, “sereis batizados com o Espírito Santo.” Deus quer dar a você o Espírito Santo sem medidas.

O terceiro ponto é receber o poder espiritual. Poder espiritual para expulsar os demônios, curar as doenças, para transformar o mundo. Nós podemos mudar o Brasil com o poder do Espírito Santo. Não são os políticos que vão mudar o país, mas o povo de Deus. A transformação da nação tem a ver com o povo de Deus consciente. Se formos o que devemos ser nós incendiaremos o mundo, o Brasil e a Igreja.

A transformação do Brasil vai vir de um povo que tem os joelhos no chão, um povo que chora por aqueles que estão na miséria e que sofrem com a violência. A transformação virá de um povo que sai da indiferença, do egoísmo.

A mudança do mundo passa pela sua mudança, sua decisão, oração e jejum. O Espírito Santo quer renovar a todos, quer renovar a face da Terra. Eu recebo o Espírito Santo para o bem comum, o dom de línguas é o único dom para o benefício pessoal, todos os outros são ferramentas de serviço, de evangelização. O Espírito Santo provoca a cultura do encontro.

A graça de Deus se multiplica sobre aqueles que sabem partilhar, que saem do egoísmo. O que Deus nos deu é para ser colocado em comum. Muitos de nós estamos entristecendo o Espírito com o nosso egoísmo. Eu entristeço o Espírito Santo quando o meu ministério é para o meu benefício próprio. Ele é o santificador que veio para nos arrancar do egoísmo.

Uma das grandes graças que o Pentecostes trouxe é a paixão pelas almas. Tudo que eu faço tem que ser para a salvação das almas e não para mim mesmo. Sejamos apaixonados pelas almas! Nós recebemos o poder do Espírito Santo para transformar a vida das pessoas. Saia desse Pentecostes como um pescador de homens, tenha compaixão do outro. Pentecostes é mudança de mentalidade.

Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes

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