Padre Chrystian Shankar

A espiritualidade familiar

Qual é a espiritualidade familiar?

A espiritualidade da família é o modo como cremos, seguimos, permanecemos, amamos Jesus no nosso dia a dia. Precisamos ter uma fé viva e uma vida de fé, as duas coisas precisam andar juntas.

Espiritualidade da família é você tratar a sua família com misericórdia, perdão, amor. Vida de oração é questão de vida ou morte para o cristão. Minha pregação podia ser só isso, eu poderia parar por aqui:

Oração da família confiante: ‘Senhor, trata-me amanhã do mesmo modo como eu tratei a minha família hoje!’

Desejo que Deus o trate exatamente como você tem tratado a sua família, que Deus tenha paciência com você como você tem tido paciência com seus filhos. E se, por acaso, você não quer ser tratado assim, mude hoje. É hora de mudar o comportamento e ser cão vira-lata que sempre faz festa quando o dono chega. Independentemente de como ele esteja, o cachorro gosta do dono.

A mídia está transformando sua filha, seu filho, em gatos, com uma preocupação exagerada com a aparência e a falta de docilidade do cachorro vira-lata que lambe os de casa e morde os da rua. As pessoas, hoje, têm mordido os de casa e lambido os da rua. Tratamos as pessoas como uma bênção, mas dentro de casa qualquer palavrinha tira a harmonia conjugal, porque falta oração. Oração é tudo, ou você reza ou não terá, não fará, não será nada!

Precisamos ser pessoas de oração!

A oração pessoal é eu e Deus; a oração conjugal: eu, meu esposo e Deus; a oração familiar: eu, meu esposo e os filhos.

Espiritualidade é saber que tem alguém em nosso favor que nos defende, mas é precisamos estar na presença do Senhor, não como aquele que pede, mas como aquele que oferece.
O segredo para sua família ser o que tem que ser é você parar de pedir e começar a oferecer. O que você está oferecendo para Deus na sua oração?

Oração não é pedir, oração é oferecer, é apresentar. Maria nos ensina como a família deve rezar. Nas bodas de Caná, o vinho acabou e Maria não pediu a Jesus, ela apenas constatou que tinha acabado o vinho. A minha missão na oração é apresentar, e não pedir. Quando se pede, você está fechando a ação de Deus e aquilo que Ele pode fazer. Quando você apresenta para Deus, Ele tem liberdade para agir em você.

 

O filho pródigo

A parábola do filho pródigo, que está no Evangelho de Lucas, capítulo 15, diz que o filho chegou ao pai e pediu a parte da herança que lhe cabia. O problema está aí, quando ele disse: “Dai-me!”. Depois dessa palavra, foi só sofrimento, e ele perdeu tudo. Quem abandona a Eucaristia para ficar comendo a lavagem do mundo terá fome sempre.

No final, quando retornou para casa, o filho disse: “Não sou digno, faça-me um empregado teu!”. Antes, ele disse “dai-me”; depois, “faça-me”. Aí está a espiritualidade! Precisamos parar de dizer “dai-me”, pois a graça de Deus acontece quando nos colocamos na presença de Deus e dizemos: “Eu não sou digno, faça-me! Faça na minha família, no meu casamento. Eu não sou digno.”

Há um detalhe que não pode passar despercebido. Como aquele filho mudou do “dai-me” para o “faça-me”? O pai daquele jovem sabia que ele estava no chiqueiro, mas não foi atrás dele. O pai não foi até o chiqueiro, mas todos os dias pensava: “Ele vai voltar!”. O seu filho vai passar do “dai-me” para o “faça-me” se você permitir. Há momentos em que é preciso deixar que os membros da nossa família fiquem no chiqueiro um pouquinho para aprender.

Temos que sair do dai-me, e seguirmos para o faça-me

Em João 15,1-2 vai dizer o seguinte: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto.”

Quando você está no “dai-me”, está apenas acumulando coisas; quando está no “faça-me”, está abandonando coisas para aprender a ser. A pode é a cruz para sermos mais, para que possamos produzir mais frutos. Cada podada que Deus nos dá é Ele dizendo: “Você pode produzir mais!” Deus vai nos podar, porque somos boa videira e podemos dar mais.

Comece a rezar assim: “Senhor, não quero ter um relacionamento com ninguém que o Senhor não queira, não quero afastar ninguém que o Senhor não queira”. E mesmo na dor, diga para Deus: “Eu não entendo, Senhor, mas faça-me! Seja feita a Sua vontade!”

Quando Deus começar a podar você, saiba que é para multiplicar os dons, é para que algo melhor aconteça. Não tenha medo de falar para Jesus: “Poda-me, Senhor, porque eu quero produzir mais!”. Olhe para seu filho e profetize na vida dele, só falta você, pai e mãe, rezar por ele e pedir: “Poda meu filho, Senhor, e faça o que deve ser feito!”

Se você não deixar Deus fazer, não terá espiritualidade familiar. Deus sempre tira o pior para dar o melhor. Ele vai honrar sua família, vai honrar sua fé!

Os três tipos de peixe

A carpa é um peixe lerdo, não tem defesa nenhuma. Sabe que tem que perder para o outro ganhar, então não tem vontade alguma. É assim a pessoa que não tem sonho, não vive. Eu perco para o outro ganhar.

O segundo peixe é o tubarão, malvado. O peixe que ele gosta de comer é a carpa, e tem a frase: ‘Eu ganho para você perder’. Por isso muitos casais não dão certo, porque é a carpa com o tubarão, um querendo mandar mais que o outro.

E o terceiro peixe é o golfinho, que diz: ‘Eu ganho para você ganhar’. O segredo do golfinho é o nariz, uma cartilagem resistente. Quando ele vê o tubarão comendo a carpa, a família de golfinhos ataca o tubarão, e ele não consegue comer a carpa nem pegar golfinho algum, porque eles trabalham em equipe.

Que tipo de relacionamento existe em sua família? É a ‘família carpa’, que está perdendo para a droga, para a bebida, para a mídia? É a ‘família tubarão’, onde se xingam, brigam? Ou é a ‘família golfinho’, que trabalha junto?

Deus quer que você seja uma ‘família golfinho’, que nunca deixa o filhote doente, não deixa o outro para trás e não se considera um melhor que o outro.

Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes

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