Padre Roger Luis

É preciso reconhecer-se fraco para o Espírito agir

Deus torna o fraco forte

Tem uma frase que diz assim: “Sem o teu poder nada no homem é inocente”.

É a divina ação do Espírito Santo que faz tudo em nós. Na ação do Espírito Santo, somos os filhos de Maria, cheios do Espírito Santo.

Espírito Santo, sem o Seu auxílio eu não serei forte, eu não serei santo, justo, eu preciso do Seu poder, de Sua ação, de Sua fortaleza e de graça na minha vida, para vencer o mundo que está dentro de mim.

A minha graça lhe basta

Paulo, depois de uma experiência mística, em que ele foi arrebatado ao terceiro céu, em que ele pode ouvir coisas grandiosas, diz: “Foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (II Cor 12, 7-9).

Aí o Senhor me disse: “Basta-te a minha graça”.

Olhe que coisa maravilhosa!  Mas qual é o espinho na carne de Paulo? Alguns exegetas dizem que era uma doença nas vistas, que essa limitação dava um incomodo, que dificultava de viajar, de evangelizar.

Outros dizem que uma debilidade física, outros que uma fraqueza de pecado.

Mas temos que entender que Deus permitiu que ele tivesse esse espinho na carne para se lembrar que ele era um homem fraco diante do ministério frutuoso que ele tinha.

Como se Paulo dissesse: “Para que eu não me orgulhasse, eu tive que encarar a minha fraqueza, e por isso eu me abri a total dependência de Deus”.

Deus disse: “Basta-te a minha graça”, isto significa, “Paulo seja totalmente dependente de Mim, não confie nas suas forças, nas suas capacidades”.

Paulo era um homem culto, falava várias línguas, conhecia as poesias gregas, e Deus deixa-o ir lá pregar no areópago em Atenas, Grécia, e lá ele experimenta o fracasso. Ele se sentiu fraco.

Aí ele dá o sentido. Eu não preguei com uma oratória humana. Foi Deus. Nada disso veio de mim, da minha oratória, da minha filosofia, tudo aquilo foi advindo do poder de Deus.

A oração do humilde

Uma vez, irmão Leão, contemporâneo de Francisco de Assis, disse assim: “Como será que Francisco reza?” Vamos lá com ele aprender a rezar.

Francisco era um homem franzino, e quando o irmão Leão chegou, o viu em silêncio, num profundo estado de contemplação. De repente, ele ouviu Francisco rezar. “Quem és tu, e quem sou eu? Tu és tudo e eu sou nada”.

O irmão Leão não o viu rezando assim: “Olha, Senhor, eu sou o pobrezinho de Assis, eu cuido dos seus pobres, eu deixei tudo até a roupa do meu próprio corpo! Veja, Senhor, como eu sou santo”.

Quando, realmente, começamos um caminho de santidade, começamos a reconhecer nossa miséria

Há pessoas que vão se confessar e dizem assim: “Olha, padre, eu não tenho pecado, não! Só vim aqui para o Senhor me dar uma bênção”. Quase que eu estendo a mão e peço: “Sua bênção, Virgem Maria!”.

Comece a pedir para o Espírito Santo lhe mostrar seus pecados, para você ver se ele não mostra! Os santos não viam qualidades em si, não! Mas eram conscientes da sua limitação.

Ser cheio do Espírito Santo é ser vazio de si mesmo, não tem como ser cheio de vaidade, de prepotência e se achar santo. Padre Fábio Camargos nos fez uma lista dos homens fracos que Deus escolheu.

A força de Sansão era sua consagração a Deus 

Sansão, um consagrado de Deus, foi um homem forte, cheio de qualidades, mas foi deixando se envolver pelas suas paixões da carne, até se envolver com Dalila. Dalila era uma enviada do “capiroto”, e ela queria que Sansão lhe contasse o segredo de sua força. Ele contava uma mentira, e ela armava uma armadilha para ele, só que ele se levantava forte e derrotava a armadilha.

E Dalila argumentava: “Se você me ama, dê-me uma prova de amor!” Você já ouviu isso? Continua ela: “Conte-me o segredo da sua força”.

E então Sansão contou: “É o meu cabelo”, porque o cabelo era o sinal da sua consagração. “A navalha não passará no cabelo do consagrado ao Senhor”.

Então, Dalila raspou seu cabelo enquanto ele dormia. Quando chegaram os inimigos, que tinham confabulado com Dalila, prenderam-no e furaram seus olhos.

Não foi Deus quem o abandonou, mas não havia a consagração, porque Sansão não vivia mais como um consagrado.

Sansão, tomando consciência disso, pediu mais uma vez a Deus, reconhecendo sua fraqueza. “Senhor, para libertar meu povo, usa-me mais uma vez para derrotar os inimigos de Israel”.

Então, Sansão derrotou os seus inimigos, mas teve que reconhecer sua fraqueza antes.

Homens da Bíblia, homens limitados

Outro homem fraco foi Davi. Deus trabalhou na vida dele quando ele reconheceu sua fraqueza depois do pecado. “Dai-me, de novo, um espírito resoluto”. Davi se torna, de novo, um grande homem, um grande guerreiro, um grande rei.

Elias também, o profeta do fogo. As manifestações poderosas vão tornando o coração do homem orgulhoso. Orgulho espiritual. Imagine: ele rezou e pediu para a chuva parar, e a chuva parou por três anos. Ele deve ter pensando “eu sou o cara!”

Mas, depois, experimentou o fracasso.

É no reconhecimento da nossa fragilidade, de que somos incapazes de ser santos, fortes, justos, que a força de Deus age em nós. Não somos nós, é Deus quem usa de nós, Ele que nos encoraja e nos fortalece para que sejamos aquilo que Ele quer.

Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26).

Para você ver que os homens da Bíblia são limitados. Mas Deus age na vida do limitado, do fraco.

Fiz toda essa introdução para chegarmos até aqui e reconhecermos que temos fraquezas. Diga comigo: “Eu sou fraco!”

Precisamos da ajuda do alto

A vitória não é ação da nossa força. Não podemos ficar pautados na autoconfiança. Fraquezas físicas, morais, existenciais, espirituais, dificuldade de perseverança. Não entenda fraqueza só como pecado. Dificuldade de rezar, dificuldade espiritual.

Você não precisa de autoajuda. Você precisa da ajuda do alto!

Não estou negando a eficácia das ciências, mas elas têm o seu limite, e o que você precisa é da ajuda do Ilimitado, a ajuda do alto.

A sua fraqueza é a raiva? Há pessoas que, dentro de casa, parecem “uma égua ferrada, um cavalo ferrado!”.

O Espírito Santo trabalhou com Elias, que era um deprimido; trabalhou com Davi, que era um assassino e adúltero. Ele trabalhou com José do Egito, que era um orgulhoso. “Todos vão se dobrar a mim!” Se não fosse a humilhação e o tempo de deserto, José não teria sido o que Deus queria dele.

O Espírito nos ensina fazer a vontade de Deus

Quando eu me submeto ao Espírito Santo, aprendo a fazer o que Deus quer, e não o que eu quero fazer, como criança birrenta. A vida no Espírito é dessa maneira. Essa é a vontade d’Ele para a minha vida, e essa é a vontade de Deus para a sua vida.

Paulo diz que há algumas características de como estarão vivendo os povos no fim dos tempos. Daí a importância de vivermos uma vida no Espírito. “Fica sabendo que, nos últimos dias, sobrevirão momentos difíceis. As pessoas serão egoístas, gananciosas, presunçosas, soberbas, difamadoras, rebeldes a seus pais, ingratas, sacrílegas, sem coração, implacáveis, caluniadoras, incontinentes, desumanas, inimigas do bem, traidoras, insolentes, presunçosas, mais amigas dos prazeres do que de Deus, tendo a aparência da piedade, mas desmentindo o seu efeito. Foge também dessa gente” (II Tm 3, 1-5). (Tem gente que vai até a igreja, mas, saiu de lá, vira um “capeta”).

Nossos maiores problemas não são as nossas fraquezas, mas o afastamento de Deus, d’Aquele que pode nos tornar fortes

Não fique sem comunhão diária com Deus. A partir desse Pentecostes, busque a intimidade, ore a Deus no secreto, no que você conseguir: No estudo da Palavra, na Eucaristia diária, na oração. Mas seja constante.

Jesus está dizendo para você: “Seu fraco, fracote! Sem mim, nada podeis fazer!”.

Reze comigo: Espírito Santo, eu não consigo orar, mas, hoje, eu chego à conclusão de que, sem a oração, eu não vou conseguir reconhecer minhas fraquezas; sem a Sua condução, não vou conseguir orar, perseverar em Deus.

“Não quero mais governar a minha vida, Senhor. Que ela seja direcionada, governada por Ti, Espírito Santo. Eeu não conheço mais nada.

Quero me entregar inteiramente a Ti, Espírito Santo. Vem em auxílio à minha fraqueza.

Amém!

Transcrição e adaptação: Sandro Arquejada

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