O Deus que me ama através do outro

Por Padre Eduardo José

Se o casal é uma só carne, isso significa que existe um só coração.

Agora, o que é um coração plastificado entre um homem e uma mulher? É um coração cheio de defesas. É um coração que se cansou de sofrer, um coração que se cansou de amar — e acabou construindo uma proteção em volta de si mesmo.

E o mais interessante é o seguinte, quando uma pessoa já foi muito ferida, muito machucada, ela tem uma grande tendência a querer construir em volta de si uma muralha, para que ninguém entre e a fira de novo. Consequentemente, torna-se prisioneira daquele castelo que construiu.

Por causa da pessoa que já nos feriu demais, que já nos machucou demais, temos a tendência de construir em volta de nós mesmos muros, muralhas para que ninguém entre, para que ninguém nos machuque de novo.

Infelizmente, isso acontece também dentro do matrimônio. A pessoa vai se cansando e vai construindo, em volta de si, um castelo, uma muralha. Ninguém mais entra. E ela, consequentemente, também não sai. Vai vivendo sozinha, vai vivendo amargurada. E por onde passa, vai espalhando tristeza, amargura e solidão.

O que o Senhor quer fazer?

O Senhor quer rasgar esse plástico para que esse coração volte a bater — e a bater ao ritmo do amor.

O matrimônio, quando precisa de defesas, é porque o casal já se tornou inimigo um do outro. Quando precisamos nos defender a todo momento, quando precisamos estar na defensiva, é porque já se tornaram inimigos, já não se conhecem mais, já são estranhos um ao outro.

E, hoje, o remédio para isso é aquilo que a Palavra de Deus vai dizer para nós. O remédio para corações protegidos um do outro vai ser o amor.

A Palavra de Deus

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13,34-35).

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