Ninguém é estangeiro para Jesus

Padre Antônio Cavuto
Foto: Wesley Almeida
É importante que nós como cristãos procuremos sempre saborear a Palavra de Deus e nela encontrar o alimento que nos dá a vida, nos fortalece. A Palavra hoje nos presenteia com indicações muitos práticas. Olhando para a pedagogia de Jesus, vemos que Ele nos mostra que o Senhor está no meio de nós. É um Deus que por amor a nós se tornou pobre, humilde, igual a nós em tudo (menos no pecado). Veja a que ponto chegou o amor d'Ele por nós.

Jesus revela isso em nossa vida, pois Ele está na casa das pessoas, nas estradas; Ele acolhe a todos, questiona as estruturas não somente sociais, mas religiosas que se distanciavam da essência do amor de Deus e do amor ao próximo.

No Evangelho de hoje, vemos que os judeus tinham uma reserva quanto ao povo que não era judeu. Mas uma mulher estrangeira tinha ouvido falar de Jeus e se aproximou d'Ele. Não por ela, mas por sua filha que estava possessa. Ela vai a Jesus cheio de esperança; é uma mãe que vê sua filha sofrendo. Jesus a acolhe e liberta sua filha.

Aqui, podemos observar a questão do preconceito em relação às pessoas, nós as rotulamos, fazemos juízo muito facilmente dos outros. É preciso que façamos uma avaliação da nossa vida para ver quem estamos rejeitando, quem não estamos acolhendo. Outra indicação que a Palavra nos deixa: aquela mulher estrangeira tinha ouvido falar de Jesus.

Há pessoas estrangeiras entre nós? Podemos dizer que sim, até mesmo em nossa família, pois não aceitamos o jeito delas de ser, não as acolhemos como elas são.

Meus irmãos, a importância dos nossos gestos verdadeiros é o que nos salva, nos liberta. Nós precisamos de ternura, carinho e afeição. Então, Jesus mostra esse carinho com as pessoas. Ninguém é estangeiro para Ele, todos tinham lugar no Seu coração. Aquela mulher ouviu falar do Senhor pelos missionários daquele tempo.

'Precisamos falar de Jesus com nosso testemunho de vida pessoal, familiar e eclesial'
Foto: Wesley Almeida

Vemos, então, que precisamos de missionários que falem de Jesus. O documento de Aparecida está aí nos conclamando para que, como Igreja, sejamos discípulos e missionários; que nós falemos de Jesus aos outros. E falar de Jesus não é só falar com palavras, mas é testemunhá-Lo e mostrar que Ele é o caminho da salvação, da libertação. Nele, encontramos a libertação de todos os demônios que infernizam a nossa vida, nossa família. Precisamos falar de Jesus, principalmente com nosso testemunho de vida pessoal, familiar, comunitário e eclesial.

O Senhor atendeu ao pedido daquela mulher, porque ao ouvir falar d'Ele, ela se encheu de esperança e aproximou-se d'Ele com fé. Uma pagã acreditando num judeu, que era também estranho para ela.

Quais são os demônios que afetam nossa vida? São muitos: o egoismo, o individualismo que nos leva ao “cada um por si”, as drogas que matam a nossa juventude e destroem as famílias, a injustiça, a corrupção, a perda da moral, da ética na vida publica, comunitária e política que causa tantos estragos. A raiva e o ódio causadoras tantos desentendiamentos. Precisamos ser curados deles. Então, vamos a Jesus e peçamos que Ele nos cure para que vivamos com alegria e satisfação.

Quando rezamos “Venha a nós o vosso reino”, esse é o reino que o Senhor quer para nós, pois o reino de Deus é o jeito de viver com amor.

A leitura de hoje nos fala sobre o Rei Salomão que vacilou, pois em sua velhice foi infiel e seu coração não era mais de Deus.

Temos de nos cuidar, e isso é feito por meio da oração, da vivência eucarística, da vida comunitária, partilhada; cada um e todos juntos para que nos sustentemos. O alerta vale para todos nós para que cultivemos a felicidade.

Com muita fé, vamos a Jesus com muita abertura de coração, porque Ele quer e pode nos libertar de todo mal.

Trascrição e adaptação: Michelle Mimoso

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