Faço novas todas as coisas

Diácono Nelsinho Corrêa

Jesus gera em nós a esperança de fazer novas todas as coisas

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Diácono Nelsinho Corrêa – Foto; arquivo cancaonova.com

Quando paramos para refletir sobre a Semana Santa, precisamos verificar o que vivemos. Cristão que é cristão, não passa o Sábado de Aleluia em baile. Passa em oração.

Nossa fé é Pascal: passa pela morte e ressurreição. Vamos meditar Isaias 43,19. “Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis?”

Entramos no mistério do dia de hoje: o Senhor morreu na cruz, foi levado por José de Arimateia ao sepulcro e, nessa noite, as mulheres vão ao túmulo e Ele terá ressuscitado. Algumas mulheres foram ao sepulcro; menos a mãe de Jesus, que ficou com os discípulos, pois sabia que Ele não estava lá. Que fé maravilhosa!

Monsenhor Jonas é um mestre para nós. Quando vi este tema que me foi sugerido, lembrei-me de um texto do monsenhor Jonas, quando ele fala sobre aspiração. Quem é uma pessoa 100% boa? Quem aspira ser melhor.

Muitos de nós ainda não somos bons, mas aspiramos ser. Padre Jonas, que sempre foi muito atento aos sinais, certa vez, disse que ficou observando um pé de manga cortado no toco, e viu um brotinho. Ele dizia que o broto era a força de vida latente naquela árvore, e que a força de vida latente no ser humano chama-se aspiração.

Não somos só pecadores. Temos muitas coisas boas também, pois somos filhos de Deus e, por isto, existe vida Dele em nós.

Muitas pessoas olham para nós e não veem a luta para sermos santos. Santo Agostinho diz que nosso coração só vai descansar em Deus. Portanto, aspiramos Deus. Aspiramos a vida nova, sermos renovados. Mas, muitas vezes, as pessoas não veem isto em nós. Quem já ouviu: “De que adianta rezar se você não muda?”. Isto acontece porque não conseguem ver o que acontece em nós.

É preciso esperar

Quando plantamos uma semente ficamos cavando para ver se brotou ou esperamos? Assim são as pessoas. É preciso esperar, pois é um processo silencioso, como a espiritualidade do Sábado Santo. Acontece um silêncio de Deus. Parece que Ele morreu e não está acontecendo nada.

Muitas vezes, nem nós conseguimos ver o que está brotando dentro de nós. Mas, nem por isto etá deixando de acontecer. Monsenhor Jonas vai falar que esta aspiração dentro de nós é como os brotos da mangueira: são reais, verdadeiras, correspondem ao que somos dentro de nós mesmos. A mangueira tem tudo para dar galhos fortes, flores e frutos, mas, ainda não está pronta.

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Na caminhada para Deus, caímos subindo. Mesmo a cada queda, precisamos ver que estamos um degrau acima. Precisamos ter fé que coisas estão acontecendo em nossas vidas. É preciso olhar com olhar de fé. É importante que no dia do silêncio tenhamos paciência para que as coisas brotem a seu tempo. As pessoas precisam ter paciência, porque o canteiro é novo. Debaixo do esterco existe a semente que já brota, apesar de não a vermos.

As pessoas nos olham por estarmos na Igreja, e não veem nossa mudança. Nos julgam porque não sabemos tratar as pessoas, porque não mudamos de vida. Por isso, até choramos. Mas, não devemos desesperar, porque, ocultamente, a obra de Deus está acontecendo.

Mas, de repente, alguém agradece pela pessoa que a gente é, e que susto! Estamos acostumados a tanta pancada que não sabemos nem receber os elogios. É nossa perseverança que vai fazer isto se concretizar. Deus vê seu esforço, pois o Pai se alegra com os passos que o Filho dá.

Nossa Senhora, em vez de ir ao túmulo, ficou com os discípulos construindo a Igreja; porque confiava na Ressurreição. E quando menos esperavam, Ele começa suas aparições. No dia de hoje nasce uma nova Igreja ao redor de Nossa Senhora.

Diácono Nelsinho prega durante o acampamento de Semana Santa - Foto: arquivo cancaonova.com

Diácono Nelsinho prega durante o acampamento de Semana Santa – Foto: arquivo cancaonova.com

Lutamos interiormente, contra o mal

Precisamos parar de buzinar na cabeça das pessoas, e ter paciência com a mudança delas também. Maldizemos muito nosso Brasil, que é Terra de Santa Cruz. Em nosso país, tudo o que planta dá. Tem tanta terra, tantas riquezas… Vamos parar de amaldiçoar nosso país! Somos Terra de Santa Cruz, e precisamos assumir isto.

Há uma luta dentro de nós. Aspiramos o bem, e acabamos fazendo o mal. Estamos conversando de boa e, de repente, soltamos uma palavrinha que bagunça tudo. Hoje é o dia de não desistirmos. A tentação quer nos enganar, jogando em nossa cara nossos erros, dizendo para sairmos da Igreja; porém, não caia nessa! Persevere!

Temos que parar de amaldiçoar porque não vemos os frutos nos outros, nem em nós. Precisamos ter paciência, para viver a espera do Senhor que ressuscita; viver este tempo com Maria, que está conosco, nos acalmando e ajudando a ter fé.

Quem nos acusa é o demônio. Ele o faz para que desanimemos. Portanto, se algo se perdeu no caminho, retome. Veja o que é preciso para que a semente brote.

Não desista, pois Deus está fazendo uma obra nova em seu coração. Acredite, ainda que você não veja!

Nossa Senhora o abençoe, ajude na caminhada e perseverança! Que ela o ajude a animar os irmãos na força da Ressurreição.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair 

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