‘A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna’ (João 6,68)
Nós cremos firmemente e reconhecemos que és o Santo de Deus.
As palavras de Jesus tinham escandalizado os judeus, e muitos discípulos o abandonaram. Quando Jesus perguntou aos apóstolos: ‘Vós também não quereis ir embora?’. Jesus estava disposto a perder seus apóstolos, mas não voltava atrás a respeito do que tinha dito: “Meu corpo é verdadeira bebida, e eu o ressuscitarei no último dia”.
A palavra que eu li é a de Pedro, que toma a frente dizendo: ‘Senhor, quem iremos nós, só Tu tens palavras de vida eterna’.
Nesta manhã, celebramos a Eucaristia; e depois, a procissão com o Santíssimo Sacramento como prolongamento do Sacrifício renovado. Nós cremos que Jesus, realmente presente, passou por aqui. Passou neste tapete que carinhosamente nós fizemos. Jesus chegou aí em você. Primeiro, na casa do seu coração; segundo, na sua casa. Ele ouviu e acolheu aquilo que você trazia em seu coração. Ele viu e ouviu tudo.
Origem dessa procissão
É preciso contar a origem dessa procissão. É uma procissão oficial litúrgica. Um padre chamado Pedro de Praga tinha dúvidas que perturbavam sua mente e coração sobre a presença real de Jesus na Eucaristia, e ele sofria porque queria acreditar. Ele resolveu fazer uma peregrinação indo até a Roma para que o Senhor confirmasse no seu coração e lhe devolvesse toda a fé na Eucaristia. Faz um milênio que isso aconteceu. Estava acontecendo na Igreja uma heresia dos cátaros, e o princípio básico da sua doutrina é que o mundo material em que estamos era uma criação de lúcifer e tudo era mal. E também o nosso corpo era mal. Então, tínhamos que nos libertar do nosso corpo para sermos mais espirituais. Por essa razão eles também negavam o casamento entre eles, pois a vida matrimonial era desse mundo, criado pelo demônio. Veja a confusão desse tempo. E ainda duvidavam da encarnação de Jesus. Então para eles não era sangue humano derramado na cruz, tudo era só aparência. Também Jesus na Eucaristia. Imagine a confusão que isso criou para a Igreja. Muitos cristãos acabaram abandonando a Igreja.
Nesse tempo do Papa Urbano IV, uma religiosa monja agostiniana recebia várias revelações de Jesus que pedia a ela que levasse ao Papa um apelo para que ele decretasse que, na quinta-feira, na semana seguinte de Pentecostes, se celebrasse a festa de Corpus Christi. O Papa não duvidou, mas ficou inseguro se era verdade que era inspiração de Jesus. Então o Papa pediu um sinal do céu.
O pão tornou-se carne e começou a derramar sangue
Preste atenção, estou contando tudo isso para entendermos o ‘por que’ desta festa, o ‘por que’ desta procissão. O Papa precisava de uma resposta, de um sinal de céu.
Padre Pedro pediu ao Senhor que acabasse com suas dúvidas e questionamentos, e Deus se manifestou na hora da Santa Missa. Quando ele suspendeu o pão e o consagrou, o pão tornou-se carne, e começou a derramar sangue, ensanguentado o corporal. O sangue foi até o altar. O padre chorando e adorando dizia: ‘Senhor agora eu creio, és tu, Senhor, eu creio que não é apenas um símbolo. És Tu, Senhor.’
O Papa se encontrava próximo a cidade, e quando lhe falaram do ocorrido, e ele já imaginou que seria o sinal do céu. Mandou primeiramente o Bispo, depois ele próprio foi. Os dois se encontraram no meio do caminho. O Bispo retornava com o corporal ensanguentado. Quando o Papa viu, disse: ‘Corpus Christi’! Durante aquele ano, o Papa estabeleceu essa festa, a festa do Corpo de Cristo.
Obedecemos à Igreja e ao sinal do céu: a Eucaristia é a presença real de Jesus, não um símbolo
No capítulo 6 de João, Jesus multiplica os pães, mostrando que pode fazer do pão o que quiser. Ele é o pão do céu, e quem come sua carne e bebe seu sangue tem vida eterna. A procissão de Corpus Christi reafirma nossa fé e denuncia a fúria do inimigo contra a Eucaristia.
Nos fins dos tempos, a perseguição à Eucaristia se intensificará, como no comunismo, quando celebrações eram feitas às escondidas. Precisamos fortalecer nossa fé agora, pois seremos pressionados a negá-la. Acredite: só Jesus tem palavras de vida eterna.
Transcrição: Elcka Torres e Willieny Isaias