Um chamado ao arrependimento e à esperança da volta de Cristo
Ao abrirmos o Evangelho segundo São Mateus, capítulo 3, encontramos João Batista, uma figura singular no deserto da Judeia, com uma mensagem direta, urgente e profunda: “Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!” (Mt 3,2).
Essa foi a essência da pregação de João Batista — um apelo à conversão e à preparação para algo grandioso: a chegada do Messias.
João não surgiu do nada. Ele foi profetizado por Isaías séculos antes como “a voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor” (Is 40,3). Sua aparência rústica — vestido com pelos de camelo, cinto de couro e alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre — era reflexo de uma vida de total desprendimento. Sua autoridade não vinha de aparências, mas da verdade que carregava nos lábios.
Pessoas de Jerusalém, da Judeia e das regiões vizinhas iam até ele para ouvir sua pregação e receber o batismo no Jordão, confessando seus pecados. Era uma cena que revelava fome espiritual, desejo de reconciliação e esperança.
Uma palavra dura, mas necessária
Ao perceber que muitos fariseus e saduceus se aproximavam, João Batista não hesitou: “Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira que há de vir? Produzi frutos que provem o vosso arrependimento!” (Mt 3,7-8).
João confronta a falsa segurança de quem confia apenas na herança religiosa (“Temos Abraão por pai”), e lembra que a conversão exige frutos reais, visíveis e concretos.
Sua pregação deixa claro: não basta pertencer ao povo de Deus por tradição. É necessário viver como tal.
A mensagem de João Batista se entrelaça com uma das verdades mais fundamentais da fé cristã: a vinda e a volta de Jesus Cristo.
Essa é uma verdade inegociável do magistério, da tradição e das Escrituras. Está presente em, pelo menos, 29 versículos bíblicos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. E é proclamada por nós em cada Santa Missa, quando rezamos no Credo: “Ele subiu aos Céus, está sentado à direita do Pai, e de novo há de vir, para julgar os vivos e os mortos…”
É uma certeza de fé, quer as pessoas acreditem ou não, gostem ou não. Cristo voltará.
Confira a pregação