Padre Adriano Zandoná

Os 4 graus da cegueira espiritual

Os 4 graus da cegueira espiritual: você consegue ver o que realmente importa?

Por: Padre Adriano Zandoná

Imagine a cena: multidões e discípulos estão completamente maravilhados, encantados com os sinais e prodígios que Jesus realiza. Ele cura, liberta e demonstra um poder divino que atrai a todos como um ímã. No auge dessa admiração, Jesus quebra a expectativa e joga um “balde de água fria”, anunciando Sua paixão e morte. Por que Ele faria isso?

Muitas vezes, assim como os discípulos, não entendemos a mensagem da cruz. Eles tiveram medo de perguntar, talvez por temerem a resposta e o compromisso que ela exigiria. Essa dificuldade de enxergar a verdade mais profunda é um sintoma da cegueira espiritual.

O que o homem admira não é o que Deus admira

A sociedade nos ensina a admirar o sucesso, o dinheiro, a beleza e a popularidade. Contudo, a mensagem de Jesus é um contraponto radical: o que é verdadeiramente admirável para Deus não são as obras espetaculares, mas a entrega silenciosa, o amor de cada dia e o sacrifício. Quem matou Jesus foi o amor, pois Ele se entregou livremente na cruz por cada um de nós.

A incompreensão dos discípulos vinha de uma “lentidão da inteligência” e, principalmente, de uma “lentidão do amor”. Eles não conseguiam conciliar o poder de Jesus com a fraqueza da cruz. E nós? Será que também estamos cegos para essa verdade?

Imagem Ilustrativa – Canção Nova

Os 4 graus da cegueira espiritual

Nossa inteligência pode ser “obscurecida” ou “cegada” para as coisas de Deus por diversos fatores. A conversão é o caminho para que o véu seja retirado. Vamos entender os níveis que nos impedem de ver claramente.

1º Grau: A nossa realidade pecadora

Nós já nascemos com uma tendência ao mal, uma consequência do pecado original. Nascemos “cegos para Deus” e precisamos de um Redentor. O mundo moderno tenta eliminar a noção de culpa, convencendo-nos de que “está tudo bem” e que não precisamos de salvação.

No entanto, reconhecer nossa condição é o primeiro passo. “Eu preciso de salvação. Eu preciso de um salvador”. Ser virtuoso é uma luta diária para “rolar a pedra montanha acima”, pois nossa natureza, se deixada por si só, nos levará para longe de Deus.

2º Grau: O amor aos nossos pecados

A segunda causa de cegueira é o apego e o amor às paixões desordenadas. Quando amamos nosso vício, seja ele a bebida, a gula, a luxúria ou até mesmo o uso desequilibrado do celular, tornamo-nos incapazes de entender a Deus.

A Bíblia nos alerta sobre a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”, que vêm da mentalidade do mundo, não de Deus.

Os prazeres, como comer ou a sexualidade, não são maus em si; Deus os criou com um propósito bom e honesto. O problema surge quando saímos da justa medida e o prazer se torna um fim em si mesmo, pervertendo sua ordem e nos cegando espiritualmente.

3º Grau: A cegueira causada pelo inimigo

O inimigo trabalha ativamente para nos cegar, e sua principal ferramenta é a distração. Ele quer que a vida passe sem que acordemos para o que realmente importa.

A história do homem que, no leito de morte, percebeu ter passado a vida inteira distraído — sem amar sua família e sem buscar a Deus — é um alerta poderoso. Ele se arrependeu, mas já era tarde demais.

Para combater essa cegueira, é fundamental cultivar uma vida espiritual sólida através da oração e da leitura espiritual, como a Bíblia e a vida dos santos. Se Deus não tem um tempo fixo em nosso dia, Ele não é nossa prioridade.

4º Grau: A cegueira fundamental

Este é o estágio mais grave: a decisão definitiva pelo mal, o fechamento total para Deus. Foi o que aconteceu com Jerusalém, que não reconheceu o tempo de sua visitação. Jesus chorou sobre a cidade, pois ela escolheu permanecer nas trevas.

Há muitas pessoas vivendo nesta condição, e nossa missão é ser luz para elas.

O chamado para ser Luz

Como podemos ser luz se nós mesmos não buscamos a visão espiritual? Você nasceu para brilhar e iluminar com a luz de Cristo. Talvez as pessoas ao seu redor nunca leiam os quatro Evangelhos, mas elas podem ler o quinto: a sua vida.

O testemunho pessoal tem um poder imenso. Deus está chamando cada um de nós a ser protagonistas na fé, a iniciar movimentos de oração e a ser profetas em suas realidades.

Jesus é o remédio para toda doença e a libertação para todo mal. Não espere até o fim da vida para acordar. O convite é para agora.

Pare de se distrair, abrace a cruz, vença a cegueira espiritual e decida ser luz. Comece, hoje, aquilo que Deus está colocando em seu coração.

Reze:
“Senhor, eu quero fazer a tua vontade. Eu quero ser aquilo que o Senhor quer”.

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