Frei Gilson

Para que as obras de Deus se manifestem em nós

Para que as obras de Deus se manifestem em nós

Pregador: Frei Gilson

Passagem da bíblia: João 9.

Vamos começar com o versículo um: “Caminhando, Jesus viu um cego de nascença”. Veja que coisa impressionante: o cego não chama por Jesus, ele não percebe Jesus. É Jesus quem percebe o cego. Como diz São João Crisóstomo, Jesus procedeu intencionalmente para fazer a obra do milagre; não foi o cego que veio até Ele, mas Ele que foi até o cego.

Isso nos ensina algo fundamental sobre a nossa própria vida. Muitas vezes, estamos cegos, perdidos, e é Jesus quem nos enxerga primeiro.

A Palavra se cumpre em João 15,16: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi”. Não foi você que escolheu a Deus; foi Deus quem o escolheu primeiro. Deus veio para nos iluminar, para tirar nossa cegueira e nos arrancar da escuridão. O amor d’Ele nos precede.

A pergunta que ecoa: “Mestre, quem pecou?”

Diante do cego, os discípulos fazem uma pergunta que talvez muitos de nós já tenhamos feito diante de uma tragédia: “Mestre, quem pecou? Este homem ou seus pais para que nascesse cego?”. Eles queriam encontrar um culpado para aquele sofrimento. Será que Deus castiga o pecado dos pais nos filhos?

Essa mentalidade vinha de uma interpretação do Antigo Testamento, como em Êxodo 20,5, que fala que Deus vinga a iniquidade dos pais nos filhos. Mas a própria Bíblia mostra uma evolução nesse entendimento. Em Deuteronômio, Jeremias e Ezequiel, a Palavra já deixa claro: “Cada um morrerá pelo seu próprio pecado”. Nem o filho responderá pelas faltas do pai, nem o pai pelas do filho. Cada um responderá pelas suas obras. Portanto, na hora da confissão, não adianta culpar o marido ou a esposa; você deve contar os seus pecados, pois cada um se responsabilizará pelos seus.

Todos nós nascemos “cegos”

A resposta de Jesus encerra a questão, mas nos leva a uma verdade ainda mais profunda. A cegueira daquele homem não era por causa de pecado, nem dele, nem dos pais, mas para que a glória de Deus se manifestasse nele.

E aqui vem a revelação para nós: aquele cego representa todos nós. Você sabia que também nasceu cego? Não estou falando dos olhos físicos, mas da alma. A Bíblia nos prova isso! No Salmo 50,7, Davi diz: “Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado”. Isso fala do pecado original, que não é um pecado que você cometeu, mas um que você contraiu.

Por causa disso, como diz Romanos 3,23, “todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus”. Por causa do pecado de Adão, a morte entrou no mundo e passou a todos nós. Nós já nascemos mortos na alma, cegos espiritualmente.

Mas calma, não se desespere! Porque a Palavra também nos dá a esperança em 1 Coríntios 15,22: “Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão”. Aleluia!

Se, no primeiro Adão, contraímos a morte e a cegueira, no novo Adão, Jesus Cristo, recebemos a vida e a visão de volta!

Tudo coopera para o bem

Existem coisas que Deus permite em nossa vida que não entendemos, mas é para manifestar a Sua glória. Lázaro morreu para manifestar a glória de Deus. O cego nasceu cego para manifestar a glória de Deus. E em sua vida também é assim! Lembre-se sempre de Romanos 8,28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Todas as coisas!

É como a metáfora do filho do escultor, que via o pai trabalhando debaixo da mesa e achava a obra medonha, cheia de massa e pedra. Mas quando o pai, no final, tirou o pano, revelou um busto perfeito. O pai disse: “De onde você estava, você não conseguia enxergar o que eu estava fazendo, mas deveria ter confiado em mim”. Assim é Deus em nossa vida. De onde estamos, não enxergamos a obra completa, mas o que Ele está fazendo é perfeito. Pode vir a calamidade que for, mas, no final, Cristo será o vencedor em sua vida.

A pior cegueira: o pecado

Jesus está nos ensinando que a pior cegueira não é a do corpo, mas da alma. São João Crisóstomo nos dá uma lição poderosa: “Somente o pecado é o mal. A cegueira não”. Uma doença física, por mais dolorosa que seja, não pode tirar o céu de você. Mas o pecado mortal pode.

As piores doenças não são câncer ou leucemia. As piores doenças se chamam inveja, fofoca, fornicação, ódio, preguiça, luxúria, amor ao dinheiro. E para essas doenças da alma, o remédio se encontra dentro de um confessionário, onde o sacerdote, em nome de Jesus, diz: “Teus pecados estão perdoados. Vá em paz e não peques mais”.

Muitos, hoje, têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não entendem, porque, como diz a Palavra em Mateus 13, “o coração deste povo se endureceu”. Eles têm os olhos abertos para as coisas do mundo, mas fechados para as coisas de Deus. Eu declaro, na sua vida, a partir de hoje: Deus quer que você tenha olhos fechados para o mundo e abertos para Ele!

A promessa da visão eterna

Por que uma criança nasce doente? Por que tanto sofrimento? A verdade é que, neste mundo, não teremos todas as respostas. É um mistério. Mas o que agora está oculto nos será revelado no mundo futuro. No céu, você vai compreender tudo. Como Jesus disse a Pedro: “O que eu faço, não o compreendes agora, mas irás compreendê-lo mais tarde” (João 13,7).

Por isso, o que você está sofrendo é momentâneo e ligeiro, proporciona-lhe um peso eterno de glória incomensurável. Quanto maior o seu sofrimento aqui, maior será a sua glória na eternidade.

Oração

Coloque a mão nos seus olhos agora e reze comigo: “Tire de mim, Senhor, toda cegueira espiritual”. Diga: “Em nome de Jesus, eu quero ver! Eu quero ver, Jesus. Eu quero ver com os olhos de Deus. Eu quero enxergar pela fé”.

Quais são as suas cegueiras? A mentira, a gula, o ódio, o adultério? Mostre para Jesus o que precisa mudar dentro de você. O pecado é o pior mal, é a pior cegueira. Reze: “Eu não quero mais viver uma vida de pecado”.

Amém!

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