Moisés Rocha

Para ver é preciso crer

Para ver é preciso crer (João 20,29)

Pregador: Moisés Rocha

O perigo da dispersão

Todos conhecemos a história de São Tomé, o apóstolo que precisou “ver para crer”. Sua história virou sinônimo de ceticismo. No entanto, uma análise mais profunda, baseada na passagem de João 20,24, revela que o problema de Tomé não foi primordialmente a falta de fé, mas algo anterior e mais perigoso: a dispersão e a perda de vínculos.

Quando Jesus ressuscitado apareceu aos discípulos, Tomé simplesmente “não estava com eles”. Essa ausência não foi um mero acaso; foi o resultado de um processo de desvinculação que o deixou vulnerável à dúvida e o fez perder o primeiro encontro com o Cristo ressuscitado.

Dispersão: a raiz do problema de Tomé e Judas

A Bíblia mostra que Jesus investiu três anos para criar laços sólidos com seus 12 apóstolos, dormindo, comendo e vivendo com eles. Seu maior desejo, expresso na oração sacerdotal, era que eles fossem um, assim como Ele e o Pai são um. A dispersão vai na contramão direta desse desejo de unidade.

Após a crucificação, em um momento crucial, Tomé se dispersou. Ele, que ouviu as pregações e viu os milagres de Jesus por três anos, não estava com seus irmãos quando o Senhor apareceu.

As consequências da ausência

Perdeu a visita de Jesus: Por estar “dando uma voltinha por aí”, ele não viu o Ressuscitado.

Isolou-se na incredulidade: Enquanto os outros 11 celebravam, Tomé passou sete dias resistindo e dizendo “não acredito”, isolado em sua própria dúvida.

Arruinou seu legado: Sua dispersão o marcou para sempre como o “incrédulo”, tornando-se um motivo de chacota ao longo da história.

O caso de Judas: a dispersão que levou à traição

O erro de Tomé não foi um caso isolado. Judas também se perdeu pela dispersão. Ele estava tão desvinculado que, na Santa Ceia, nem percebeu o aviso de Jesus sobre o traidor.

Como a dispersão de Judas aconteceu

“Tomar café por fora”: Enquanto estava disperso, Judas foi se encontrar com o Sinédrio, onde recebeu a proposta para trair Jesus.

O problema não era o dinheiro: A raiz do erro de Judas não foi a ganância, mas o fato de ter saído do vínculo, de ter se afastado da comunhão com Cristo e os outros apóstolos.

A dispersão é descrita como uma irresponsabilidade que causa estragos em todas as áreas da nossa vida. Quando nos desvinculamos, abrimos a porta para “fazer a lambança de Judas ou a lambança de Tomé”.

No casamento e na família

Quando um casal se dispersa, deixando de conversar, de ter intimidade e de cultivar o relacionamento, o vínculo se perde e eles se tornam estranhos dentro de casa, o que pode levar ao adultério ou à separação.

O mesmo ocorre com os filhos: a falta de vínculo de pais que não conversam, não brincam e não se fazem presentes gera filhos que buscam afeto e conexão fora de casa.

A solução, muitas vezes, é tão simples quanto restaurar a comunhão à mesa, pois foi a lembrança da mesa do pai que fez o filho pródigo querer voltar.

Na Igreja e na comunidade

A dispersão espiritual acontece quando começamos a nos afastar da vida paroquial. Reuniões se tornam um fardo, o serviço se torna pesado e, aos poucos, a pessoa se desvincula.

A consequência é abandonar a fé ou a comunidade, alegando que “Deus pediu coisas novas”, quando, na verdade, o que ocorreu foi a perda de comunhão.

Jesus nos chama a ter um vínculo real com nossa paróquia e nosso padre.

Não se disperse! Seja atento e vigilante!

Assista a pregação completa:

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