Em defesa da Igreja


Vamos falar sobre essa nova Exortação Apostólica do papa Bento XVI, cujo nome é Sacramentum Caritatis (Sacramento da Caridade). O Santo Padre publicou esse documento a partir do que foi colocado no sínodo, que é um encontro dele com 400 bispos do mundo inteiro, que aconteceu em outubro de 2005. Este documento não tem nada de novo.


Leia a Exortação Apostólica do Papa Bento XVI


"Esta Exortação Apostólica pós-sinodal tem por objetivo recolher a multiforme riqueza de reflexões e propostas surgidas na recente Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos”.

O Papa, neste documento, diz que a Eucaristia é o sacramento da caridade. Foi na noite em que Jesus seria traído, que Ele deixou sua presença na Eucaristia. Parece muitas vezes, que quanto mais queremos demonstrar o nosso amor, mais nós sofremos. E assim aconteceu com Jesus.

Este documento trata de tudo aquilo que o Papa João Paulo II já nos trazia, até mesmo porque o Papa Bento XVI era o "braço direito" do seu antecessor.

Neste documento, ao contrário do que disseram, o Sumo Pontífice mostra a importância do Concílio Vaticano II. Não se fala no documento em não mais se celebrar as santas Missas na língua de cada país, mas sim, que nas Celebrações Eucarísticas internacionais, em que estiverem muitas nações reunidas, recomenda-se que esta seja celebrada em latim para se revelar a unidade da Igreja, por ser o latim a sua língua oficial dela. Mesmo assim, a homilia e a oração dos fiéis são feitas em uma outra língua, à escolha. 

" O que acabo de afirmar não deve, porém, ofuscar o valor destas grandes liturgias; penso neste momento, em particular, às celebrações que têm lugar durante encontros internacionais, cada vez mais frequentes hoje, e que devem justamente ser valorizadas. A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as diretrizes do Concílio Vaticano II: (182) excetuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas (183) da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano."

Outro ponto que o documento toca, é que o Papa pede que antes da Eucaristia os fiéis possam se confessar de maneira individual e não comunitária. A confissão comunitária só pode ser realizada em caso de risco de morte iminente ou em locais nos quais os padres só vão poucas vezes ao ano. Mas, mesmo assim, o fiel fica com o compromisso de fazer uma confissão pessoal assim que possível.

"Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos, permanecendo como forma ordinária de absolvição apenas a pessoal."

A Exortação Apostólica traz a reafirmação do celibato clerical e da celebração da Eucaristia somente por sacerdotes. O celibato é uma forma de dedicação plena do sacerdote ao povo e ao Reino de Deus, assim como o Cristo.

"Com efeito, nesta opção do sacerdote(celibato) encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo".

Como vocês podem perceber, não há nada de novo nessas colocações. O mundo pensa que a Igreja vai mudar a sua doutrina, mas isso não vai acontecer nunca. A Igreja não pode mudar aquilo que Jesus nos passou. Se ela mudasse a sua doutrina, ela trairia a Cristo.

Nós, cristãos, não podemos nos amedrontar com as perseguições, pois Jesus disse que esse momento seria a grande alegria. Não tem jeito de ser cristão e não ser caluniado. Este mundo, como diz São João, está no mal, e como estamos em Deus, ele [o mal] vai nos atacar.

O presidente Lula chamou a Igreja de hipócrita pelo fato de ela não concordar com o uso da camisinha. A Igreja é contra sim, e vai continuar sendo, pois ela não pode ser a favor do incentivo da prostituição de nossos jovens.

O Senado está para votar uma lei que nos proíbe de manifestarmos oposição ao homossexualismo.

Esta lei é uma afronta aos direitos de expressão da nação. É uma verdadeira mordaça que estão tentando colocar na boca do povo. É uma verdadeira afronta ao nosso direito de liberdade de expressão.

Esta votação só não foi realizada hoje, porque os cristãos se movimentaram e encheram as caixas de e-mails dos senadores com manifestações contra essa lei. Este ano irão tentar aprovar leis como casamento de homossexuais, aborto e outras tantas que são totalmente contra a vontade de Deus.

Os católicos precisam se manifestar contra isso, pois todo político tem medo de perder o seu voto. Quando o povo de Deus entender a sua força, vai fazer uma "revolução" neste país. O cristianismo não aceita o ódio ou a vingança e nenhum tipo de manifestação armada. Mas, seguir a Cristo nos leva a uma atitude ativa com relação às grandes farsas contra a Sua Igreja. Podemos fazer uma "revolução" a partir de nossa casa, de nossos computadores, de maneira legal, pacífica e coerente.

Voltando a falar da Exortação Apostólica, ficaram muito bravos com o Papa por causa da sua colocação sobre a segunda união de casais. Mas usaram de um erro de tradução para justificar tudo, em que trocaram a palavra latina, que em italiano significa "chaga", erroneamente pela palavra "praga".
"Por isso, é mais que justificada a atenção pastoral que o Sínodo reservou às dolorosas situações em que se encontram não poucos fiéis que, depois de ter celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. Trata-se dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira chaga do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos."

A minha grande alegria de estar na Canção Nova é que ela permanece fiel à Igreja, fiel ao Papa. Pois dentro da Igreja há aqueles que não são fiéis ao Santo Padre, e dessa forma, também não são fiéis ao Cristo.

O católico não pode ficar quieto em casa, mas deve levar a Palavra de Deus para todos. Somos soldados de Cristo, fomos ungidos no Crisma com a missão de defender a Igreja de Deus. Não precisamos ter medo!

Estamos vivendo tempos difíceis, mas se fomos perseguidos por causa de Jesus, aí seremos felizes. Hoje não tem mais jeito de ser católico de verdade e não se expor, e não estar sujeito a ser perseguido.

“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5,11-12).

Transcrição: Renan Félix
Fotos: Williney Isaias

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