Fora de Deus tudo é vão

Eugênio Jorge
Foto: Robson Siqueira

“Estávamos indo para a oração, quando veio ao nosso encontro uma jovem escrava, possuída por um espírito de adivinhação; fazia oráculos e obtinha muito lucro para seus patrões. Ela começou a seguir Paulo e a nós, gritando: “Esses homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação”. Isso aconteceu durante muitos dias. Por fim, incomodado, Paulo voltou-se e disse ao espírito: “Eu te ordeno, no nome de Jesus Cristo, sai desta moça!” E o espírito saiu no mesmo instante. Os patrões da jovem, vendo perdida a esperança de lucros, agarraram Paulo e Silas e os arrastaram à praça principal, diante dos chefes da cidade. Apresentaram os dois aos magistrados e disseram: “Estes homens estão provocando desordem em nossa cidade; são judeus e pregam costumes que a nós, romanos, não é permitido aceitar nem seguir”. A multidão levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão e ordenaram ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Ao receber essa ordem, o carcereiro empurrou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. À meia noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam” (Atos 16,16-25).

Vocês viram o que retrata a compreensão dos cristãos a respeito dos sofrimentos. Paulo e Silas rezavam e cantavam, porque eles sabiam em quem tinham colocado sua confiança, sua esperança. Eles agradeciam porque foram escolhido para sofrer por Jesus.

E depois Paulo diz: “Alegrai-vos no Senhor, eu repito Alegrai-vos” (Fl 4,4). Um cristão que sofre com resignação, serenidade, consola até os outros. Muitas vezes, você vai visitar uma pessoa doente, e em vez de você levar a ela a alegria, você sai de lá consolado. É claro que um cristão que age e acolhe é capaz de consolar outros. O cristão que sabe absorver o golpe produz fruto. As ostras que produzem pérolas mais preciosas e mais lindas são as que são mais feridas, que se batem ou apanham. Quanto mais a ostra apanha, mais pérola bonita ela dá. Assimilou o golpe e devolveu para o mundo o testemunho. O sofrimento vem para nosso crescimento. Devemos ser como São Paulo e Silas, com os olhos fixos na meta, e dizer a Deus: “Eis me aqui, Senhor, estou sofrendo mas estou feliz em ti, Senhor”.

Em Deus tudo encontra sentido: a morte se transforma em vida; a miséria, em riqueza e a tristeza, em alegria. São Paulo e São Silas tinham todos os motivos para estarem tristes e decepcionados com Deus, mas não, diante dessa atrocidade, começaram a cantar e louvar ao Senhor.

 

”Em Deus tudo se encontra sentido”, afirma Eugênio Jorge
Foto: Robson Siqueira

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Assim como a ostra, devemos assimilar o golpe e produzir frutos bons. Só os frutos justificam a dor de uma poda. Se você devolver ao mundo, diante dos golpes que tem sofrido, frutos de esperança, fé, coragem, por ter os olhos fixos em Deus, os seus filhos, seus irmãos, seus pais se converterão, pois dirão: “Que Deus é este que os consola, que não permite que eles entrem em desespero?”. Seu testemunho irá convencer e converter o coração dos seus.

De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces do cárcere. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram” (Atos 16,26). Todos se saltaram, não só eles, tamanho era o testemunho dos apóstolos, que proporcionou a libertação dos outros que ali estavam.

O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para matar-se. Mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum! Estamos todos aqui” Atos 16,27-28). O canto e oração de Paulo e Silas eram tão tocantes, o modo como lidavam com a situação, que os prisioneiros não fugiram, pois viram que a prisão não era a grade e a liberdade não era a rua, descobriram que poderiam ser livres dentro da prisão, porque a liberdade é servir a Cristo. A liberdade é servir a Cristo, é estar em Cristo e fora d'Ele tudo é em vão.

Se você é muito rico, sua riqueza fora de Deus é vã. Se você também é muito pobre, sua pobreza fora de Deus é vã. Pobreza e riqueza, tudo fora de Deus é vão, só se encontra sentido em Deus.

De manhã, descendo a serra vemos a neblina, que em pouco tempo desaparecerá pelos raios do sol. Nossa vida, nossa caminhada, é assim como a neblina: densa, mas em Deus tudo encontra sentido, até o maior inimigo: a morte, pois em Deus a morte se torna vida.

"Jesus é para nós verdade e paz", afirma o missionário
Foto: Robson Siqueira

Alegremo-nos, não porque não temos problemas, não é uma alegria porque há ausência de problemas, mas uma alegria que vem de Deus. Alegremo-nos no Senhor porque Ele está conosco e é nossa salvação. Jesus Cristo nos salvou!

Se eu fosse falar de sofrimento ficaria aqui à tarde inteira, pois já passei por muitos, mas a tristeza dura só até o anoitecer e a alegria vem ao amanhecer.

Em quem temos colocado nossa confiança? Disso depende se seremos felizes ou ficaremos acabrunhados por aí. Nós cristãos vivemos da esperança.

Na alegria ou na dor, eu posso encontrar o Senhor. Mesmo sofrendo eu posso cantar, sorrir, rezar, me alegrar. Em Deus, por Deus, pois tudo posso n'Aquele que me fortalece, pois sei em quem tenho colocado minha confiança!

Não tema, no tempo certo, o Senhor agirá. Se você quiser seguir sozinho e sem resposta, a decisão é sua. Agora se você quiser mudança de vida, mudar a sua dor em esperança, vá até Cristo Jesus que você encontrará paz e alegria, pois Deus é para nós, Jesus é para nós verdade e paz.

 Veja um trecho da pregação de Eugênio Jorge:

 

 

Transcrição e adaptação: Regiane Calixto

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