Objetivo: formar pessoas livres

Dra Pilar Vigil
Foto: Maria Andrea/cancaonova.com

Adão só soube quem ele era quando olhou para Eva. Portanto podemos afirmar que só se alcança identidade própria através do contato com o outro, da intimidade que se tem com o próximo.
A intimidade é o ato de existir no coração do outro, a amizade gera esta intimidade. Para existir como pessoa precisamos de amor, amizade e intimidade para aí sim sabermos quem realmente somos.

Não temos que plasmar nas pessoas aquilo que somos, mas sim levá-las ao autodescobrimento, a identificar sua identidade pessoal. A realidade afetiva e sexual atrai todos os componentes da pessoa como um universo de onde converge tudo que se é. Portanto é uma plataforma educativa de uma potencia extraordinária por ser a linguagem do amor. A proposta real é oferecer as pessoas um acompanhamento pessoal, respeito com o processo individual, oferecer as ferramentas de liberdade que permite descobrir a própria identidade. Não da mais para tentar sanar os problemas sem ir à fonte, é preciso educar as pessoas.

O que queremos: acompanhar pessoas ou resolver problemas?
Foto: Maria Andrea/cancaonova.com

Se não sabemos nos observar, não sabemos ler. Quando somos analfabetos é muito fácil de ser manipulado. De quem é a responsabilidade: de uma pessoa analfabeta ou de quem não a educou? É uma responsabilidade mútua, pois o analfabeto tem sua liberdade de escolha. Na verdade não existe quem é certo ou errado, existem seres humanos ao caminho da vida. Esse caminho começa sabendo quem sou eu em um momento da vida.

O que queremos: acompanhar pessoas ou resolver problemas? Quando acompanhamos pessoas muitas situações-problema da sociedade diminuem ou desaparecem consideravelmente. Quando damos aos adolescentes camisinhas a quantidade de gravidez aumenta, pois eles sentem que não nos importamos com eles. Não podemos ter medo de ensiná-los, educá-los. É desta forma que proporcionamos a oportunidade de escolha diante daquilo que é a verdade, provando que estamos juntos com eles e nos importando com o futuro de cada um.

Os jovens precisam de alguém ao seu lado, pois se caírem podem ser levantados por este alguém. Quando propomos um ideal, aceitamos levar pessoas que estão sem condições, mas querem subir na montanha da vida. Esse é o modelo “Teen Star”. Existem pessoas que não querem nem saber de nada, não querem se comprometer. Mas há pessoas que querem assumir e fazer bem àqueles que são o nosso futuro.

Não é o que falamos, mas o que fazemos. A chave é empatia, o fato de compreender o outro na sua situação pessoal.
Não há um protótipo de pessoas.
Cada um apresenta sua beleza própria. O encontro com alguém que é diferente permite a existência numa interação entre todos que leva ao conhecimento pessoal. Eu só posso adquirir a certeza: “Eu sou”, através do outro. A pessoa humana é um mistério, porque só se pode ter o conhecimento próprio através do outro. O conhecimento é um processo eterno.

 
 
Transcrição e adaptação: Clarissa Oliveira

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