Santa Gianna em defesa da vida

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Carlos: Algumas pessoas pensam que vivenciar a família é uma coisa fácil. O verdadeiro sentido de uma família é criar e manter os filhos, mas como fazer isso, quando o casal não se conhece reciprocamente?

Hoje, a violência está muito próxima de nossas famílias. Os ladrões entram em nossas casas para roubar, mas não levam apenas os nossos bens materiais, eles levam também os nossos valores como a dignidade, honra e verdade.

Muitos filhos estão matando seus pais, e por esta razão, uma nova lei foi criada, dizendo que filho que mata os pais não tem direito à herança. Mas muitos deles fazem isso porque lhes faltou a principal herança: o carinho, o afeto, o abraço. É em cima dessas coisas que precisamos trabalhar nossa família, pois só com estes valores é que receberemos uma chuva de bênçãos.

Bete: \”Amanhã faz 40 anos que Santa Gianna morreu. Ela é uma santa moderna, que foi casada, mãe de família e que deu a vida pela sua filha.

No momento em que o Papa João Paulo II canonizou Santa Gianna Bereta, estavam presentes seus filhos e seu marido, o qual diante daquela cena, caiu de joelhos e declarou que viveu e dormiu ao lado de uma santa.

Santa Gianna fez um grande milagre na minha vida quando eu estava na quarta gravidez. Eu estava na 16ª semana de gravidez, quando minha bolsa se rompeu e eu perdi todo o líquido amniótico dela. Minha médica me disse que o caso era grave e que, provavelmente, eu sofreria um aborto espontâneo. Passadas 48 horas, ela me disse que o bebê, apesar de vivo, não conseguiria sobreviver, pois com 16 semanas ele ainda não estava formado. Naquele momento, ela me propôs um aborto, pois o bebê não teria condições de viver e se eu continuasse insistindo em mantê-lo na barriga, eu também morreria. Ela trouxe-me um papel para que eu autorizasse a cirurgia, mas eu lhe disse que isso ia contra todos os meus princípios, pois já tinha visto o meu marido ser curado do vício das drogas e do vírus do HIV, e sabia que Deus era muito presente na vida da minha família.

A médica então me disse que eu não tinha noção do que estava acontecendo, pois meu bebê não sobreviveria e eu também estava arriscando a minha vida, pois logo estaria com uma infecção generalizada tão grande, que antibiótico nenhum me curaria. Ela, já não sabendo o que dizer para convencer-me, disse que eu não estava pensando nos meus outros três filhos. Isso tocou-me profundamente, mas não podia permitir-lhe que tirasse o meu filho, que ainda estava vivo. Eu sentia uma força muito grande e pedi para que meu marido chamasse um padre para conversar comigo.

Nesse momento, uma amiga, que rezava por mim, encontrou na porta do hospital o bispo, e contou-lhe tudo o que estava acontecendo comigo. Ele entrou no meu quarto e quando me viu naquele estado, perguntou-me: \”Bete, você está disposta a dar a vida por esta criança?\” E eu disse-lhe que sim, mas que estava preocupada com os meus outros filhos. Logo depois, o bispo voltou e trouxe-me um livro de Santa Gianna e fiquei muito emocionada. Ele foi embora e mais tarde voltou e me contou que, ao sair do hospital, passou por uma livraria e comprou esse livro para mim, voltou para casa e ajoelhou-se diante do Santíssimo e rezou para Santa Gianna dizendo-lhe que ela já era beata, mas que precisava de mais um milagre para que se tornasse santa e que aquele era o momento, de modo que ela não poderia perder aquela oportunidade e salvar a vida da criança e daquela mãe.

Naquela noite, eu me ajoelhei no chão do banheiro do hospital e pedi a Jesus que devolvesse a água da minha placenta, que não permitisse que eu perdesse meu filho. De manhã, precisei fazer um outro ultra-som, mas estava tranqüila, pois tinha certeza de que Deus me atenderia. Quando o médico, responsável pela ultra-sonografia, viu meu útero, olhou para minha médica, que me acompanhava, e disse-lhe: \”A sua paciente está com menos água hoje do que ontem\”. Então, pensei que Deus havia me abandonado.

No dia seguinte, quando a médica voltou, percebi que ela estava decidida a tirar o meu bebê, pois tinha certeza de que ele já estava morto, mas ao examinar-me percebeu que o coração dele estava batendo, e muito forte. Eu vi que os olhos dela encheram-se de lágrimas e ela disse que admirava a minha fé e que não entendia como aquilo estava acontecendo, mas resolveu que só tiraria o meu bebê quando ele morresse. E permitiu que eu fosse para casa.

E o milagre aconteceu: no dia 31 de maio, minha filha, Gianna Maria, nasceu perfeita, sem nenhum problema e nós lhe demos o nome da santa.

Quando ainda era pequena, minha filha disse à sua avó: \”Vovó, quando eu estava na barriga da minha mãe, eu já estava ‘morrida’, mas Santa Gianna conversou com o Papai do Céu e Ele me deixou viver!\” E foi exatamente isso que aconteceu, Jesus realizou esse milagre em nossas vidas.

Santa Gianna, hoje, ensina a todas as mães, pais, homens e mulheres, que se nós quisermos ser santos, precisamos começar por nossas famílias.\”

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