A misericórdia de Jesus nos leva a experimentarmos a alegria da salvação

Padre Roger Luís

Padre Roger Luís – Foto: Arquivo CN/ cancaonova.com

Estamos na celebração do segundo domingo da Páscoa, encerrando as oitavas e entrando no tempo pascal. Isso é uma grande graça e bênção para nós, especialmente por tocarmos na Ressurreição do Senhor.

Precisamos assumir e exercitar os dons que o Ressuscitado nos apresenta. É tempo favorável de salvação. Jesus revelou a Santa Faustina que, depois desse tempo, vem o tempo da justiça, quando precisamos assumir o que Deus quer revelar a nós.

O Evangelho apresenta os dons do Ressuscitado, mas os discípulos estavam com medo. E quais eram os medos dos apóstolos naquela época?

Primeiro, o medo dos judeus, pois tinham matado Jesus, por isso, tinham medo da morte. Hoje, vivemos a realidade de estarmos com as portas fechadas, por conta de um vírus, mas, com a revelação que recebemos da Palavra, mesmo com as portas fechadas, o Ressuscitado se manifesta, Ele se revela a nós!

O chamado de Jesus misericordioso é para que os pecadores sejam perdoados. “Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas.” (Atos 2, 47)

Recordo-me da primeira Festa da Misericórdia, quando milhares de pessoas acorreram para a Canção Nova, a fim de celebrarem a festa. Nós estamos sendo atraídos pela misericórdia para experimentarmos a salvação, por isso, não tenhamos medo!

“Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo e alcançará louvor, honra e glória no dia da manifestação de Jesus Cristo. Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.” (1 PD 1,5-9)

A provação que vivemos é uma purificação da nossa fé

Repita comigo: Obrigado, Jesus, por tanto amor, por Sua infinita misericórdia, por essa fé que vai nos fazendo experimentar um crescimento espiritual, pois essa fé alcançará a manifestação na Sua vinda gloriosa.
Se nós cairmos, teremos os braços abertos de Jesus misericordioso para nos alcançar. Nós vemos os braços estendidos d’Ele, no caminho que fazemos, e n’Ele somos amparados.

O Ressuscitado é doador e portador da paz, dissipa do coração dos discípulos o temor e a vergonha por terem abandonado o Senhor em Sua Paixão. Ele reúne os que fraquejaram e os saúda com a paz. A misericórdia nos retira do temor e da vergonha; ela nos devolve o sabor do retorno, da comunhão com Deus.

Padre Roger Luis

“As dores de Jesus nos deram a oportunidade de experimentarmos a Sua misericórdia.” Foto: Arquivo CN/ cancaonova.com

O Ressuscitado é portador e doador da alegria, e os discípulos se alegraram por encontrar o Senhor. A presença de Jesus, que é a misericórdia do Pai revelada, trazia para eles, na condição em que se encontravam, a alegria.

Nós vamos continuar enfrentando batalhas, mas a presença do Ressuscitado nos fará experimentar a alegria. D’Ele vem a autorização e a autoridade para a realização da missão, da evangelização!

O Ressuscitado traz a mensagem da misericórdia

“Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.” (Jo 20,23). D’Ele brota a fonte de milagres e prodígios, de vida nova, de graça e oportunidade. Do coração misericordioso de Jesus brota o sacramento da penitência.

“Jesus eu confio em Vós.” Você, que precisa de uma nova chance, contemple Jesus misericordioso, pois Ele lhe dá a chance de experimentar Sua misericórdia!

Tomé pediu uma prova de fé, e quantas vezes nós já pedimos ao Senhor provas de fé? Tomé é a representação da sociedade pós-moderna, que só acredita no que pode tocar. Jesus não deixa ninguém para trás, Ele volta, pois deseja que Tomé experimente a alegria da ressurreição… Hoje, Ele também deseja que a experimentemos.

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“Que pensais, irmãos caríssimos, de tudo isto? Julgais porventura ter acontecido por acaso que aquele discípulo estivesse ausente naquela ocasião, que ao voltar ouvisse contar, que ao ouvir duvidasse, que ao duvidar tocasse e que ao tocar acreditasse?

Tudo isto não aconteceu por acaso, mas por disposição da providência divina. A bondade de Deus actuou de modo admirável, a fim de que aquele discípulo que duvidara, ao tocar as feridas do corpo do seu Mestre curasse as feridas da nossa incredulidade. Mais proveitosa foi para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos que não duvidaram; porque, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde tocar, a nossa alma põe de parte toda a dúvida e confirmase na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e tocou, tornou-se testemunha da realidade da ressurreição. […]” (São Leão Magno)
No momento em que Tomé tocava nas chagas de Jesus, nós estávamos presentes, nossas incredulidades, principalmente, quando passamos por sofrimentos e perdas. Chegou a hora de sermos testemunhas da ressurreição!
As dores de Jesus nos deram a oportunidade de experimentarmos a Sua misericórdia. Por mais pecadores inveterados que sejamos, tenhamos a coragem de nos aproximarmos da misericórdia do Senhor.

“A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar, com confiança, para a minha misericórdia.”

Transcrição e Adaptação: Bruna Marta

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