O seu casamento te leva ao Céu?

João Carlos e Maria Luiza

Diácono João Carlos e Maria Luiza. Foto: Larissa Ferreira/cancaonova.com

João Carlos: Precisamos santificar o nosso casamento! Peço para Deus que pela ação do Espírito Santo mova o coração de vocês. Fomos criados para sermos santos e o casamento é um espaço de cura e libertação. 

Preciso ver Deus na Luiza, e ela vê-Lo em mim. Mas por que isso? Para me curar, ser liberto, chegar mais perto de Deus. Porque nós temos uma meta em nossa vida: chegar ao Céu, pois essa deve ser a meta de cada cristão. Não é ter carro, casa, bem estar, coisas materiais; não que não sejam importantes, desde que seja com dignidade. 

No entanto, o sentido de estar aqui é chegar ao Céu, por isso preciso estar focado em Deus, caso contrário, não chego lá. Se eu escolhi a Luiza para estar comigo e caminharmos junto para o Céu, é porque o casamento tem um sentido de primeiro levar-me ao Céu. Como o casamento pode nos levar para o Céu? 

3 movimentos que podem acontecer no casamento

Primeiro: andar em círculo. O meu casamento pode me levar a andar em círculo, pode levar o próprio casamento a andar em círculo. Não anda, não engatilha. É aquela rotina, aquele cansaço. Aí chega a desesperança, a tristeza. Você percebe que seu casamento não decola. Pode até adoecer por causa disso. 

Segundo: o meu casamento pode destruir a minha vida e, consequentemente, o próprio casamento.

Terceiro: o casamento pode me ajudar a subir.

Como está o seu casamento? É importante refletir qual dos 3 movimentos estou vivendo hoje? Tem te ajudado a ir para Céu? O que tem te impedido de chegar ao Céu? Existem influências negativas de fora que impedem que esse casamento “decole”? Você acredita que o único caminho é a separação? Não se esqueça que ele pode te levar ao Céu. Os cristãos precisam tomar consciência e resgatar o sentido do pecado, pois a sociedade está organizada para que percamos esse sentido do pecado. 

Maria Luiza: principalmente o pecado grave. Lembro-me agora de Adão, que foi criado sem pecado e era íntimo de Deus. Ele estava completamente na graça, se sentia filho amado e íntimo, amigo de Deus. Então, foi seduzido, e depois do pecado começou a se cobrir e se escondeu.Fez isso porque pecou e isso gerou o medo e a fuga. 

João Carlos: Ele trouxe o que chamamos de pecado original, então, sofremos hoje as consequências.

Luiza: Vocês imaginam que Deus já devia saber que Adão pecou, e perguntou: “Onde estás?”. Adão respondeu: “Ouvi o barulho dos Vossos passos no jardim, tive medo porque estou nu e ocultei-me”. Disse Deus: “Mas quem te disse que estás nu?”. 

Imagino a decepção de Deus, a tristeza, porque viu o filho se escondendo do amor. com medo d’Ele, do próprio criador. Ele sentiu que algo modificou o Seu filho amado e estragou o relacionamento de amor com Ele. Primeiro, o pecado traz medo de algo que vem para nos ajudar, nos faz esconder da presença de Deus.

João Carlos: O pecado me afasta de Deus. Aquela graça que é permanente em nós, que é dada por Deus, nós a impedimos e, consequentemente, meu casamento começa a andar em círculo ou a declinar. Então, tome consciência de que muitos dos problemas acontecem por causa do pecado. O meu pecado pode ser algo que está acabando com meu casamento. É preciso fazer esse exame de consciência, o pecado nos distancia de Deus, da graça d’Ele. E, uma vez distanciado, o meu casamento não consegue alcançar a meta: levar ao Céu. Então, o que Adão fez a partir de seu pecado? Distanciou-se da graça, não deixou que a chuva de graça fosse derramada em nós.

Luiza: Na verdade, essa chuva da graça acontece dentro de nós, Deus nos derrama a graça d’Ele. 

João Carlos: A vida é viva por causa da ação de Deus nela. Mas, o que acontece quando pecamos?A chuva vem permanente sobre nós, mas o pecado não deixa a graça cair diretamente em mim; talvez só respingue para te manter vivo.E se a graça caísse diretamente sobre você.

A graça está infundida dentro de nós, é o que nos faz sermos íntimos de Deus, faz nos sentirmos filhos d’Ele, mas estamos perdendo o sentido disso, e o que devemos fazer? O caminho da nossa conversão é começar a refletir os 10 mandamentos.

10 mandamentos

1° mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas

Toda vez que não amamos a Deus, e colocamos qualquer coisa na frente d’Ele, nós não experimentamos a Sua graça. Não alcançamos a intimidade com ele. 

2° mandamento: não pronunciar o nome de Deus em vão

Quantas mentiras falamos em nome de Deus?

3° mandamento: guardar domingos e festas

‘Ah, eu nao quero ir para a Missa hoje, tô cansado’. Você sabia que isso é pecado e precisa ser confessado? 

João Carlos: São alguns detalhes que o mundo foi permitindo que sentíssemos, não nos sentimos mais culpado, a culpa não nos incomoda; perdemos a consciência moral.

4° mandamento: honrar pai e mãe

Luiza: Diz respeito às pessoas que nos deram a vida, que é muito mais do que obedecer, mas é honrar, amar, cuidar. Quando isso não acontece, não nos permitimos sentir filhos.

5° mandamento: não matar

Tem gente que acha que esse mandamento diz respeito apenas a chegar no outro e matar, mas não é apenas isso. Nós matamos o outro quando o humilhamos, desrespeitamos, os agredimos fisicamente e isso tudo é pecado.

Vamos falar sobre o 6° depois, a castidade.

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7° mandamento: não roubar 

Dar calote, corrupção, “ah eu faço isso porque do contrário não ganho meu dinheiro”, isso é errado e a graça não vem!

8° mandamento: não levantar falso testemunho

Luiza: Nós falamos mal das pessoas demais. Não pode haver uma brecha que já fala do outro, às vezes até do esposo. E quando tiramos a imagem boa da pessoa, isso é pecado.

10º mandamento: não cobiçar as coisas alheias

Gente que vergonha! É muito errado ficar desejando o mal do outro, não se alegrar com a felicidade do outro.

6º: não pecar contra a castidade e 9º: não desejar a mulher do próximo 

João Carlos: Quantos estão se perdendo nesses mandamentos? Quantos jovens têm vergonha de dizer que são castos, virgens? Isso foi banalizado, são taxados de retrógrados, tradicionalista. O pecado contra a castidade existe, e não é só para solteiros, é para todos, solteiros e casados. 

Catecismo: Ofensas contra a castidade – parágrafo 2351

Precisamos sair desses comportamentos pecaminosos, como a pornografia, que incentiva um sexo sujo. O mundo virou uma tela pornográfica para nós, para que queiramos um sexo desvairado. As nossas fantasias sexuais vão se tornando perversas. Estamos entrando no mundo da sexualidade totalmente inocentes e entramos num pecado muito grave, precisamos sair disso. 

Quantas pessoas fazem de seus cônjuges objetos perversos? Perdendo a noção de sexo, do outro como ser humano, o usando como objeto e  usando objetos na relação. Quantas pessoas estão introduzindo um ser 3° na relação? Como se fosse normal.

Luiza: Entre quatro paredes pode tudo? Muitos católicos nos disseram que pode sim. E, perguntamos: quando matamos alguém entre 4 paredes, vale? 

Quantos de nós somos “mortos” entre 4 paredes porque não temos a justa medida no sexo?

João Carlos: Matando nosso cônjuge estamos perdendo o caminho para o Céu, perdemos a pureza e, com isso, imitamos Adão.

Luiza: Homens e mulheres nos procuram por causa de traição. Há um sofrimento enorme porque é uma injúria a traição, é a quebra da fidelidade. É algo que tampa e não deixa a graça de Deus acontecer e nos impede de seguir no caminho rumo ao Céu, enquanto fica deliciando-se com os prazeres daqui.

João Carlos: O pecado faz com que eu esfrie e me distancie do cônjuge. 

Luiza: Estamos encontrando 2 tipos de casais: os que dizem que pode tudo; e outros que sentem vergonha e acham que nada pode. Está faltando a justa medida. 

João Carlos: Existe uma forma cristã de fazer um bom sexo, nós devemos ser felizes sexualmente, mas não de uma forma perversa como o mundo diz para gente.

Luiza: Nós precisamos retomar para Deus.

João Carlos: É preciso dizer não ao pecado, tomar uma atitude consciente e confessar-se. A graça está sendo constantemente derramada para nós.

 

Transcrito e adaptado por Rebeca Astuti.

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