A importância da vida de oração

Fabrício Neto

A oração tem de ser constante em nossa vida e não condicionada a sentimentos e situações

Não podemos ter uma real experiência com Deus sem uma vida prática com Ele. Porque religião apenas de conceitos, não nos dá uma verdadeira vivência da religiosidade. Então, corremos o risco de sermos sempre levados pelos nossos sentimentos, deixando de lado coisas essenciais, como por exemplo, a vida de oração.

A viúva e o juiz iníquo 

A parábola do juiz iníquo, que nos é trazida no Evangelho por Jesus, fala-nos sobre um homem que não temia nem a Deus, muito menos aos homens. No entanto, ele se comove pela insistência de uma obstinada viúva que busca por justiça.

Há, nesta parábola, duas figuras opostas: um homem, numa posição de autoridade, prepotente e sem qualquer temor. E, do outro lado, a viúva, uma pessoa em condição de súplica e dependência. A mesma não se conformando com uma situação, persiste em buscar seu direito e sanar a sua necessidade. Vendo a indiferença do juiz, ela optou por ser constante em sua busca, perturbando dia após dia aquele magistrado. A motivação do juiz, por outro lado, longe de ser altruísta, é apenas para se ver livre das súplicas insistentes daquela viúva.

Essa parábola nos fala sobre como deve ser nossa oração, não como geralmente fazemos, usando do tempo que nos sobra, de qualquer maneira, sem qualquer cuidado. Diferente daquele juiz iníquo, Deus está sempre pronto a nos ouvir, desde que, nos coloquemos em oração com Ele.

Sentir tristeza não significa ter falta de fé

Em nossa vida passamos por situações, momentos de tristeza e de necessidade. Sentir-se triste, chorar, não é sinal de falta de fé, é humanidade! Deus está sempre pronto a nos ouvir e a nos socorrer. Assim como aquela viúva, precisamos expor a Ele, insistentemente, as nossas necessidades. Mas, diferente dela, não temos um magistrado indiferente, e sim um Pai amoroso disposto a nos ouvir.

Vivemos uma dinâmica de oração sentimental, achando que temos de ter um impulso sentimental para orar. Não precisamos sentir uma energia diferente para rezar! Quem precisa se sentir conectado para funcionar é aparelho eletrônico, que tem de se conectar à tomada. Você tem de, por uma decisão consciente, orar. Porque orar é algo que exige de nós uma atitude; não é inércia, é uma ação na direção de Deus. Oração demanda tempo e é algo concreto.

A oração é o caminho da conversão

Deus escuta a quem O busca, não importam nossos pecados e nossas falhas. Ele nos ouve na Sua infinita sabedoria, usa da oração como primeira porta para um processo de transformação. A vida de oração é composta de momentos de dedicação a Deus. Tal como o trabalho, em que sentindo motivação ou não, cumprimos com a nossa rotina para nosso sustento; assim deve ser a oração. Devemos orar, sentindo ou não, para nosso sustento espiritual.

Devemos, a cada dia, buscar na simplicidade da oração, a superação das preocupações, angústias e insatisfações; nos aproximar de Deus para nossa nutrição espiritual. Pois, antes de um objetivo sentimental, com sensações diferentes, o objetivo dela é a manutenção do nosso relacionamento com Deus. Para manter um relacionamento, precisamos dedicar tempo e atenção.

Quando nos dedicamos à oração, verdadeiramente permitimos que a Palavra seja semeada em nossos corações, levando a uma transformação. Porque, se você reza muito, mas não há mudança em sua vida: continua maldizente, mentiroso e etc.; muito provavelmente você não está conduzindo corretamente sua vida de oração. Talvez, você esteja rezando apenas por costume, mas não como uma escolha consciente. É preciso estar inteiro na oração.

A oração não deve ser condicionada a sentimento e/ou hábito

Não devemos orar por sentimento, muito menos por hábito,e sim como uma ação consciente. Mas a rotina é ruim? Não! Desde que, não seja uma mera formalidade. Não devemos rezar quando somos impulsionados pelos sentimentos? Somos humanos, logo, não vivemos sem sentimentos; o que não podemos é condicionar nossas ações a eles. Rezar deve ser sempre uma prioridade, um ato consciente e responsável.

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Transcrito e adaptado por Jonatas Passos

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